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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Breve Abordagem Sobre Metafísica e Ontologia em Aristóteles

Não é tão simples discutir metafísica, termo que é vasto dentro de si mesmo. Primeiramente, quem definiu tal palavra? Não foi nem mesmo Aristóteles que cunhou o termo. Acredita-se que tenha sido originado, talvez acidentalmente, pelo peripatético Adrônico de Rodes (semelhança com o nosso Hipócrates e a Teoria Humoral?). Para definição, o Perípato era o nome da escola de Aristóteles, que tem uma raíz etimológica próxima da palavra jardim. Os estudantes de tal escola são os peripatéticos.

Busto de Aristóteles

Como foi abordado, Aristóteles não cunhou esse termo. Preferia usar o termo filosofia primeira ou teologia que no fim tem o mesmo efeito. Para Aristóteles, tal seria a definição do que para ele era supra-sensível (entenda sensível como o que é tangente aos sentidos, ou seja, o que podemos sentir com nossos cinco sentidos; o supra-sensível é o que está além desses cinco sentidos).

Já para fazer referência aos sentidos, como é de uso vulgar, os cinco sentidos, Aristóteles costumava chamar por abordagem, o termo filosofia segunda ou física. Guarde bem tais conceitos, pois são muito correntes em filosofia. Quando dizemos de uma filosofia primeira, fazemos referência à metafísica, àquilo além do sensível. Já a filosofia segunda, como foi dito, é a denominação vulgar de física; é a natureza da qual a ciência pode atestar e ponderar sobre.

O termo vai além e é bem definido. Como eu mesmo disse, a metafísica é vasta dentro de si mesma, e isso já foi noticiado pelo próprio Aristóteles, que afinal é nossa referência agora. Segundo sua divisão, a metafísica poderia ainda ser arrumada em quatro partes, quer dizer, quatro campos de estudo. São eles: Etiologia, ontologia, ousiologia e teologia. Respectivamente.

Já foi um bocado de informação, não vamos extender muito então as definições. Tratemos brevemente da ontologia, que é o "ser enquanto ser", muita gente já ouviu esse termo, e não sabe o que é. O que é isso? É dizer o que são as coisas que existem (ser) e o que muitos dizem não existir é chamado de não-ser, ou o nada. Pelo fato de teoricamente não existir o não-ser, não há definição de "nada", o que leva-se a concluir por vezes que é absurdo algo derivar dele. Ou seja, que creatio ex nihilo é ilógico (criação a partir do nada, em latim).

Por exemplo, Heráclito dizia que tudo se movia, que as coisas estão sempre em movimento e em constante devir ou mudança. Parmênides dizia que o movimento era ilusório, as formas que são a realidade são estáticas, o movimento é apenas sensível. Ambas as opiniões são discussões ontológicas. Ontologia, grosso modo, é discutir o que são as coisas que existem, o que é a existência (ser).

Ficou meio confuso? Talvez sim, essa coisa de ser e não-ser parece meio loucura no começo mesmo. Apesar disso, é de extrema importância que se tenha conhecimento do que é ser e o que é não-ser, porque não há filósofo que não aborde tal termo. Leia então os dois últimos parágrafos com calma, de forma que entenda, é a melhor recomendação que posso fazer por hora. Ficamos assim então?

Um comentário:

  1. Ótimo post, Renan.
    Eu não imaginava o quanto o termo 'metafísica' era tão amplo em sua própria definição. Mais interessante ainda é ver todo o conceito de ontologia, que faz parte de um dos campos de estudo da metafísica - o que eu não tinha conhecimento - sob a visão de Aristóteles.
    Confesso que é tudo muito confuso, as leis físicas são sem dúvida nenhuma muito mais claras do que a definição de ontologia, para mim. Precisaria ler mais aprofundadamente sobre.

    O blog está ótimo, procuro entrar sempre que posso, apesar de estar com pouquíssimo tempo; inclusive, tempo este que para postar um simples comentário está mais raro ainda. A faculdade de Física é um prazer enorme e é também uma grande e árdua jornada. Mas estou adorando.
    Espero que com você esteja indo tudo bem.
    Um abraço.

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