Cluster One - Pink Floyd

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Criacionismo

Quem aqui nunca ouviu a história bíblica da criação do mundo? Difícil encontrar alguém que não a conheça, ainda que superficialmente. Não é por menos, somos o maior país católico do mundo, muita pouca gente não é cristã ou nunca teve contato com o cristianismo, um fator que já é intrisicamente ligado ao Ocidente. A teologia, longe de ser única, não faz uma única interpretação. Alguns teólogos não creem na ideia criacionista, chegam a ser evolucionistas; isso é possível? É o que veremos, onde está a separação dessas duas visões. Darwin, com alguma sorte, deve estar se mexendo em seu caixão no momento.

800px-God2-Sistine_Chapel

O criacionismo como vemos hoje, é uma corrente de pensamento muito ligada à bios, o mundo como vida; uma corrente recente, surgida nos EUA no século passado. É claro que se pegarmos uma definição universal, vamos cair em várias religiões, não somente no cristianismo, mas em questão de filosofia, o assunto é novo.

O darwinismo começou a tomar notoriedade juntamente com a secularização do ensino. Dois fatores que vão fazer surgir, dentro do novo movimento teológico americano, um conflito de ideias. De um lado, religiosos pegam a Bíblia como modelo orgânico de mundo, querendo definir a ontologia total como pura obra divina. Já de outro, céticos materialistas e cientístas moderados erigem A Origem das Espécies como epítome da vida. Como resolver o impasse?

Não é tão simples, e isso já rendeu muita conversa. Phillip Johnson, criacionista confesso, declara: “— os darwinistas aderiram ao mito a partir do interesse próprio e do desejo de eliminar Deus.” A afirmação geral é de que a evolução é na verdade uma ideologia, nascida de um culto ao naturalismo, que afirma que Deus não tem função no universo e que os eventos possuem apenas causas naturais.

O problema principal aqui é de ordem natural. Se Deus faz alterações na massa de um próton, os físicos não vão ser capazes de estudá-lo com eficiência. O método científico não afirma que todas as causas de todos os efeitos são naturais, mas que as únicas declarações científicas são de ordem natural. Em questão metafísica, a ciência não pode fazer qualquer sondagem. Nenhum cientista de fato atribui um fenômeno a fatores divinos, isso são outras considerações fora de tal campo.

A respeito da evolução, ela configura-se como hipótese. É tão hipotética quanto a ideia do corvo, suas evidências são objetos que ajudam na aproximação de uma certeza. Com efeito, o professor  Amabis diz o seguinte em um de seus livros:

“Os membros anteriores de animais vertebrados, como as asas de um morcego e de uma ave, as nadadeiras de um golfinho e os braços de uma pessoa, apresentam esqueletos semelhantes, sendo possível estabelecer a correspondência entre seus diversos ossos.”

São evidências do tipo acima que aproximam a ideia evolucionista de uma certeza por sobre sua hipótese. Criacionismo ou evolucionismo, são duas coisas que longe de aglutinarem-se por completo, ainda vão dar o que falar. Ser cristão, entretando, não implica diretamente em ser criacionista, é importante ser notado.

AMABIS, José Mariano. Biologia: volume 3. 2 ed. São Paulo: 2004. p. 197, 201.

Um comentário:

  1. Evolução ao ter sido introduzida no meio científico era uma hipótese porém hoje em dia somada a genética das populações teoria sintética ou neodarwinista e a praticamente todas as áreas da biologia, é uma teoria não mais uma hipótese e ela vem firme e forte a mais de 150anos.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...