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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A Morte de Deus

Deus está morto?

Friederich Nietzsche

“’Todos os deuses morreram, o que queremos agora é que viva o Super-Humano’; um dia, em pleno meio-dia, esta será nossa vontade suprema”

— Assim falou Zaratustra.

Friederich Nietzsche é sem dúvidas, um dos maiores pensadores pessimistas dos quais o ocidente já dispôs. Não é por menos, herdeiro direto do pensamento de Arthur Schopenhauer, não podia senão absorver toda aquela ataraxia e desprezo pelo humano. Será? Uma má leitura deste intrigante filósofo tráz conclusões precipitadas e quase sempre pessoais. De fato, temos um filósofo incompreendido ou um leitor carecido de lastros filosóficos?

É uma pergunta assaz interessante, mas vamos nos ater ao título. Deus está morto? O que é a morte de Deus para Nietzsche, nada mais é que um abandono moral. Longe de poder fazer uma boa abordagem, terei de ser prolixo; a filosofia de Nietzsche com sorte, será abordada mais de uma vez. Assuntos para futuras publicações.

Segundo o filósofo alemão, a humanidade teria entrado em decadência quando passou a racionalizar o mundo e mais tarde, quando o homem passou a ser sacralizado pela moral judaico-cristã, ferramenta suficiente para que o homem fosse feito fraco, omitido, reprimido quanto ao mundo. Não é a toa portanto que Nietzsche faz muitas referências ao extremo racionalismo, ao materialismo, ao atomismo. Esse foi, segundo ele, o erro socrático.

A reflexão mais que aquém, faz com que uma leitura superficial faça crer que de fato Nietzsche, com sua ideia da morte de Deus está querendo denotar uma simples constatação psicossociológica dos avanços do ateísmo no mundo moderno. De fato, ele quis usar um termo de impacto para denotar a nulidade radical experimentada pela modernidade, numa crise mundial.

Sendo mais direto, o título de Deus está morto proclamado por seu Zaratustra, nada mais é que uma espécie de abandono, tanto dessa moral judaico-cristã quanto desse racionalismo exarcebado. Tal fenômeno resulta no niilismo, que é o abismo do nada. Quão jus a ele seriam as palavras “— caem as mentiras de vários milênios e o homem fica sozinho e espantado, que há mais agora?” — temos então aí que Deus está morto.

GRANIER, Jean. Nietzsche. 1 ed. Porto Alegre: L&PM, setembro de 2009.

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